quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Massagem às costas


Auto massagem costal

     As tarefas quotidianas, aliadas ao "stress" e às más posturas corporais, conduzem ao peso gradual instalado sobre os ombros, espáduas e na superfície das costas. Tendões e massas musculares, devido à tensão mais ou menos permanente, enrijam, contraindo-se e criando a sensação de placa endurecida. É necessário, pois, criar uma folga para tornar elástica essa superfície onde se instalam dolorosas e impeditivas crispações ao nível dos tendões e dos músculos, já que a coluna, mais tarde ou mais cedo, sofrerá o impacto de "cordas" demasiado tensas que estão aí para a ajudar a suportar a mobilidade e não para dificultar o seu exercício.
     Sabemos como é incomodativa a sensação de peso e dor. No entanto, só como último recurso recorremos ao médico, às pomadas, ao massagista. Mas, aí, a "moléstia" já fez o seu trabalho de demolição do bem estar. As cordas foram demasiadamente esticadas (de um lado) e comprimidas (as do outro), porque, afinal, toda a nossa "máquina" corporal é feita de peças que se interligam e procuram irmanar-se no esforço que lhe é exigido. Ora, se de um lado há tensão, do outro haverá o possível e custoso ajustamento.
     Costumamos dar atenção às luzes vermelhas dos nossos instrumentos domésticos? Sim, responderemos.
   E costumamos dar atenção às "queixas" do nosso corpo físico? Não?! Ora, é surpreendente esta atitude.
     Sim, surpreendente, pois a resposta tem a ver com a gravidade do problema. Se o sintoma for atacado no início, tudo será resolvido. Depois...
     As costas, pois. Quem nunca teve a sensação de ter o mundo pousado sobre elas? Quem não daria tudo para se sentir mais leve e relaxado?
     Como podemos prevenir ou recuperar esse mal que a todos aflige? Pois bem, nada melhor que a auto massagem. Ela não custa dinheiro, não necessita de nenhum instrumento. E é profundamente agradável.
     Vejamos, então, como se realiza.

* Escolha um local tranquilo, estenda um tapete liso, coloque uma música plana, ou seja uma corrente de sons sem altos nem baixos. Depois deite-se de costas, com os braços ao longo do corpo. Primeiramente, sinta o corpo acomodar-se sobre o tapete. Depois concentre-se nas costas. Elas devem estar apoiadas em abandono. Aproveite cada expiração (natural) para relaxar mais um pouco. Então...
* ... intencionalmente, comece o trabalho, que consta de pequenos impulsos alternados com os cotovelos. Movimente-os ligeiramente, empurrando o tronco para um lado e depois para o outro, numa ligação de impulso alternado, mansamente, de modo a que o simples peso do tronco faça a tarefa de massagem. 
* Durante todo o tempo, não se contraia e respire normalmente. Tenha os olhos fechados. Concentre-se nas costas. Não tenha pressa.
* No final, tenha consciência de que vai parar e, então, sinta como o corpo se livra do peso através de uma sensação de prurido devido à irrigação e à massagem.

Dose : 50 movimentos

Nota - De início, decerto que o exercício lhe parecerá "duro" e incerto. Por isso mesmo a atenção requerida para expulsar a pressa e a distracção. Comece serenamente, sem grande balanço, e mantenha-se nessa cadência mansa e tranquila. Lembre-se que está a "passar a ferro" a roupa do seu corpo. 
     Concentre-se e receba a bênção de um trabalho bem feito por si mesmo e pela sua própria vontade.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Curvatura Lateral do tronco















Curvatura Lateral com Alongamento do Tronco

  Podemos afirmar que o Taiki-Yoga (Harmonização física e mental) é verdadeira YOGATERAPIA porque, através da exercitação de técnicas simples ou sequenciadas, ao alcance de todos, oferece a via para uma permanente e saudável condição da saúde e bem-estar.
     Sem necessitar de "ferramentas" externas, recorre ao corpo, à mente e à respiração. São esses os instrumentos necessários para a prática benfazeja. Não precisa de um ginásio ou de um grande espaço. Basta um lugar onde se possa estar tranquilo. E é tudo.
     Depois, nada mais é preciso que pedir ao corpo que acompanhe a mente, através de uma respiração compassada e correcta. Não há exigências corporais, nem imposição para que o corpo dê mais do que pode (e deve) dar.
     É enganadora a imagem que se colhe de emissões televisivas, onde a exercitação de ásanas (exercícios)  nos deixam a sensação de trabalho de circo, só próprio para atletas e iniciados. Yoga, porém, é todo o contrário. Cada movimento (coreografia individualizada) tem vários níveis, pelo que cada praticante utiliza o seu com a mesma vantagem daqueles que estão à vontade na realização de uma variante mais avançada.
     A primeira tarefa de quem se inicia na prática é compreender e aceitar que YOGA é harmonia, união, integração, serenidade, pelo que cada movimento é cumprido consciente e individualmente, ainda que seja em turma. Quando assim não é, então, limita-se a ser "ginástica" física, quando, afinal, se pretende que seja uma completa auto-fisioterapia e auto-psicoterapia, para o que necessita de um espaço e de um ambiente próprios para promover a auto-consciencialização.
   Como exemplo do "ambiente interno", necessário para que um exercício possa ser realizado frutuosamente, eis um esplêndido ásana para a boa saúde das costas e coluna vertebral (especificamente para recuperação de problemas de escoliose). Designa-se por Nithambásana e exercita-se deste modo:


1º - De pé, pernas afastadas, formando um triângulo firme, olhos fechados para sentir o exercício, eleva os braços lateralmente, bem estendidos, e com a mão esquerda pega no pulso direito, com firmeza. Depois...
2º - ... inspira profundamente (pelo nariz) e estica os braços, faz uma pausa respiratória e, expirando longamente, a mão que prende o pulso estica o braço e dobra o tronco para o lado, fazendo um arco, até atingir a plenitude, onde sustem a respiração em vazio. Então...
3º - ... inspira profundamente e dobra um pouquinho mais, após o que, expirando longamente e continuando a esticar, volta à posição inicial, onde ...
4º - ... respira à vontade, troca de pulso e repete.
5º - Quando termina, solta o pulso, inspira profundamente e, expirando, desce os braços com as palmas das mãos juntas, seguindo a linha do peito, até que os braços pendem ao lado do corpo.

Dose: 3 vezes

Nota: Com os olhos fechados, exercite o movimento com atenção, mantendo o alongamento, enquanto dobra o tronco lateralmente. Não permita a mínima inclinação para diante. Este ásana é extraordinário corrector de malformações e conduz ao endireitamento da coluna e ao fortalecimento dos suportes musculares e tendinosos das costas. É uma potente e proveitosa receita para problemas de escoliose.

PS. Uma variante interessante (fotografia da direita: Meia Lua ou Chandrásana) pode ser realizada com proveito. Nesta postura, em vez de prisão do pulso, os braços vão para cima, paralelos e bem esticados, após o que o corpo dobra para o lado, enrolando o de cima sobre a cabeça, para esticar o tronco, e deixando cair o outro, que serve de "peso".