sábado, 20 de outubro de 2012

Flexibilização da Coluna






Postura do GATO

   Todos nós, num momento ou outro, nos queixamos de peso nas costas, incomodidade que, quando não cuidada, se torna permanente fonte de doloroso desconforto. 
    Reconhecendo-se que o nosso corpo físico é composto por uma infindável rede de instrumentos, é pacífico aceitar que todos eles devem funcionar bem para o acerto geral. No entanto, as tarefas quotidianas, tantas vezes realizadas de forma inconsciente e apressada, conduzem a más posturas que agridem a estrutura corpórea. Daí os nós de tensão, a ruptura de massas musculares ou tendinosas ou mazelas localizadas. E é certo e sabido que a acumulação de pequenas “amolgadelas” traz efeitos negativos no bom funcionamento geral.
      A queixa das costas vai sendo, de facto, uma realidade cada vez mais presente. 
     O sintoma de mal-estar geral ou a incidência dolorosa (quase sempre localizada nas zonas cervical ou sacro-lombar) deve-se à carência de tonificação e, logo, de irrigação, decorrentes da pouca mobilidade e das posturas incorrectas adoptadas no quotidiano e que conduzem a desgastes de consequências mais ou menos graves. 
     Na verdade, a coluna não se basta a si própria. Necessita de apoios fornecidos pelos tendões e massas musculares. Só assim, em interacção frutuosa, pode sobrevir uma sensação de tonicidade e leveza. Sendo a coluna constituída por "elos", delicadamente ligados por massas esponjosas, para poder responder as solicitações da vida, deverá ser trabalhada para se manter flexível.
   Na extensa panóplia do Taiki-Yoga há um exercício simples, agradável e de efeito duradouro, denominado “Movimento do Gato” (lembrando a flexibilidade ondulante do gato), que deveria ser tarefa apetecível de todos, para manter a coluna maleável e liberta de tensões. 

    Este ásana é um excepcional meio para manter as costas leves e tonificadas. É um exercício simples que serve para todos, pois não exige qualquer esforço, se bem que o seu aperfeiçoamento leve algum tempo (precisamente por causa da sua simplicidade). 

    O GATO tem as seguintes etapas de desenvolvimento: 


* Coloque-se sobre os joelhos e sobre os braços estendidos (postura de “gatas”), numa atitude descansada. Dobre-se, até a barriga se encostar às costas, e retire todo o ar dos pulmões. Então; 
*… enquanto vai inspirando, longa e profundamente, comece a erguer a cabeça, de modo a que o movimento ondulante percorra a coluna, a partir das cervicais, terminando na zona sacro-lombar, movimento que acaba com a coluna dobrada para baixo, a cabeça erguida e o traseiro elevado, depois; 
* … enquanto vai expirando, inicie o movimento contrário, em que a coluna, vértebra por vértebra, se vai elevando a partir da zona sacro-lombar e até às cervicais, movimento que termina com a coluna arqueada para cima e cabeça para baixo, voltando à postura inicial. 

Dose: + de 6 vezes

Nota - O “pensamento” deve estar permanentemente colocado na coluna, sentindo e visualizando o seu arquear em onda, para cima e depois para baixo, percorrendo vértebra após vértebra. As respirações devem ser profundas (acompanhando todo o movimento) e deve manter-se, um pouco, a respiração suspensa, em cheio e em vazio, no final de cada ciclo. 

Benefícios - Promove a flexibilidade e a tonicidade da coluna. Oferece profundo alívio devido à massagem simples e integral.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Activação Pélvica e Lombar



   Pomba ou Cisne

   A "escola" Taiki-Yoga oferece dezenas de técnicas corporais, cada qual incidindo sobre uma determinada região corporal, conforme a finalidade pretendida, mas actuando sobre a generalidade dos sistemas sustentadores de vida e saúde.
A “linguagem/palavra”, que designa cada postura, não só lhe dá um “nome” reconhecível como sugere a forma de a realizar. Desde a “Borboleta”, com o seu adejar leve, à “Andorinha”, com o seu desenvolvimento gracioso, o "nome" sugere que cada gesto técnico se deve identificar com a figura que pretende imitar, através da visualização centrada na memória e na imaginação.
Há, pois, posturas leves, flexíveis, activantes, meditativas, etc., sendo que todas se relacionam, completando-se para favorecer a interligação harmoniosa de todos os elementos constitutivos do nosso ser.
Devemos ter sempre presente que a maior “dificuldade” inicial do interessado na prática do Yoga é desmontar a ânsia, própria da nossa mentalidade ocidental, que pretende alcançar mais longe, mais alto e mais rápido, sem correspondência amigável entre a mente e o corpo. Sabemos que, nas “ginásticas” comuns, tudo é feito em esforço e com rapidez. No Yoga, porém, tudo é (deve ser) realizado serenamente, com harmonia.
Por isso, as primeiras etapas servem para “limpar” essa “agressividade” instalada na programação neuronal que nos move à competição com os outros e connosco próprios.
Nos primeiros passos, pois, busca-se a sabedoria que suavize o comando do corpo e acrescente a interiorização para senti-lo. Nesse período, os gestos tornam-se numa “ginástica” mais consciente. Mais tarde se darão os acertados passos que conduzem ao Yoga, isto é, à Harmonização. Yoga não é, pois, cada gesto, cada técnica respiratória, cada “aula”. Yoga é a atmosfera alcançada com esses gestos físicos, com essas técnicas respiratórias e com a atitude meditativa que permite desenvolver as tarefas com a mente, o corpo e a respiração unidas numa só aspiração: estabilizar o ser em todas as suas dimensões: corporal, psíquica e espiritual.
Hoje, apresentamos uma postura de dificuldade média (foto da esquerda) e que é um excelente exemplo de exercício profundamente benéfico e esteticamente belo. Trata-se da “POMBA” ou “CISNE”, que se realiza assim:

* Ajoelhe-se e sente-se sobre as pernas, depois incline-se para diante, facilitando a extensão de uma das pernas, após o que se endireita e se senta sobre a perna dobrada e coloca a mão sobre ela. Então...
* ... inspire profundamente (pelo nariz), faça uma retenção respiratória e, expirando prolongadamente, com auxílio da mão sobre a coxa, torça e retroflicta a coluna, procurando que o braço solto (correspondente à perna estendida) se abra e gire graciosamente como a asa de uma ave, até tocar a perna, onde deve permanecer um pouco, com a respiração suspensa (em vazio). Depois...
* ... inspire profundamente, sustente a postura e, expirando, profunda e integralmente, volte à postura inicial, onde se prepara para trocar as pernas e exercitar para o lado inverso.

Dose: 3 vezes.

Nota - Este ásana promove a flexibilidade geral, para além de estimular a região lombar, externa e interna, e os órgãos pélvicos. Em termos mais “psíquicos”, acrescenta o nível de equilíbrio e, como todo o trabalho bem feito, aumenta o tónus anímico, favorecendo a auto confiança.

    PS. Nas fotos acima podemos observar duas variantes do mesmo ásana. O Yoga oferece uma panóplia extensa de posturas corporais que podem ser exercitadas desde graus simples até variantes mais exigentes. Contudo a realização deve manter-se sempre dentro de uma "atmosfera" elástica e confortável. Nunca levar o movimento ao extremo é a regra de ouro.