sábado, 1 de dezembro de 2012

Torção Espinhal - NORA
















NORA


   Yoga é a arte de utilizar harmoniosamente as "ferramentas" técnicas, sejam ginásticas, respiratórias ou meditativas. A aprendizagem inicial é, afinal, uma reaprendizagem a todos os níveis, pois somos criaturas apressadas e, por isso, seguidoras de todos os modismos passageiros. Sem pensarmos, aderimos aos gestos de rebanho, sejam ou não do nosso interesse, esquecidos que cada um tem a sua própria estrutura, a sua própria cadência e as suas próprias necessidades.
     Por outro lado, somos criaturas distraídas, comendo o que nos dizem para comer, vestindo o que nos dizem para vestir, pensando o que nos dizem para pensar.
    O Yoga, ou seja, a atmosfera construída pacientemente, conscientemente, permite-nos certificar que cada um de nós é um ser autónomo, necessitado de um espaço e de um tempo onde pode experimentar a presença do seu próprio ser, pois a verdade é que estamos tão ligados ao exterior pelas janelas dos sentidos corporais, que raramente repousamos na companhia da nossa própria essência.
     Já pensamos, por exemplo, que não é o corpo que aprende, mas a nossa "parte" pensante que programa os próprios pensamentos, os gestos e as acções? 
     Yoga não é outra coisa que esse espaço e esse tempo de interiorização, mediante a criação mental do gesto, seja respiratório, seja ginástico, onde colabora a intenção activa. E, então, já não é mais a automática respiração que acontece ou o espontâneo gesto que se exercita, mas o ser inteiro que colabora, configurando um ser que se torna consciente de ser.
     No mundo dos nossos dias inquietos, no nosso quotidiano feito de acelerações, precisamos de encontrar, nas margens da vida, oásis onde possamos sentar-nos um pouco para nos reencontrarmos a nós mesmos; para construir um pouco de silêncio e de paz.
     Não é somente o corpo que necessita de descanso. A alma precisa de respirar. Ou já nos esquecemos disso?
     As "ferramentas" (corporais e respiratórias) podem ser utilizados de muitas maneiras, dependendo da finalidade. Apresenta-se, aqui, um ásana de torção espinhal, aparentemente com actuação nas costas e coluna, mas que favorece a activação de plexos nervosos, glândulas endócrinas, chakras e toda a estrutura esquelética, tendinosa e muscular. Basta ensaiar e sentir. Trata-se da NORA que se exercita deste modo:

* Fique de pé, com as pernas um pouco afastadas e os braços ao longo do corpo. Lembre-se que utilizará a respiração comum de quatro tempos (inspiração-retenção-expiração-retenção). Feche os olhos para sentir (e visualizar internamente) o desenvolvimento da figura. Aí ...
* ... inspirando (pelo nariz, claro) faça um grande gesto de abertura dos braços, até os colocar, bem estendidos, no enfiamento dos ombros, e voltando a palma da mão esquerda para cima, retendo um pouco a respiração. Depois...
* ... expirando lentamente, comece a rodar o tronco, por acção do braço esquerdo (como se tivesse o "burrinho" puxando a nora), enquanto o outro braço dobra pelo cotovelo, até que, terminada a expiração e a torção (com o braço direito encostado ao peito), retém a respiração em vazio, após o que, inspire profundamente e...
* ... expirando, destorça lentamente, baixe os braços e adopte a postura inicial.
* Respire à vontade e normalize. Prepare o gesto inverso.


Dose: 3 vezes





Nota - Lembre-se que a teoria serve para auxiliar a prática. A teoria é abstracta, pelo que, inicialmente, pode parecer confusa. Por isso, colocando-se da posição inicial, peça a alguém que vá lendo cada item da técnica. Depressa apanhará o jeito. Não tenha pressa. Lembre-se que está a trabalhar em seu próprio benefício. Aprendas as técnicas, mas registe que só com os olhos fechados e a mente presente perceberá o seu sentido.











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