A "COBRA"
YOGA não é simples realização de um determinado exercício, nem um determinado conjunto de exercícios "ginásticos" mais ou menos complexos e interessantes. Esse é o conceito ocidental (nosso) construído à base da nossa maneira de pensar e que se situa, quase sempre, preso à superfície das coisas, sejam acontecimentos, imagens ou, neste caso concreto, à realização de movimentos corporais.
Não, "YOGA" não é um específico movimento corporal, uma técnica respiratória, mas um todo que é "um vínculo imutável entre o corpo, a respiração e a mente". Ou seja, é uma prática meditativa (atenta ao que acontece e provocando o acontecer), o que conduz à integração, à união, à harmonia. YOGA é isso mesmo: um abençoado estado de harmonização.
Esta atitude de concentração activa torna a prática, não só uma excelente actividade de fisioterapia, como propicia um tempo de benéfica psicoterapia, pois não só trabalha o corpo físico, como vai reprogramando a actividade neuronal, enquanto vai melhorando o estado geral de todo o ser. Lembremo-nos que o corpo físico não sabe, porque não pensa, e é a mente que aprende, regista e transmite.
Esta atitude consciente pode ser exemplificada na postura seguinte e que podemos considerar uma rainha dos ásanas, devido aos seus múltiplos, profundos e benéficos efeitos. A COBRA promove abundante irrigação em toda a superfície das costas, flexibiliza e fortalece a coluna e é um extraordinário auxiliar para erradicação do peso e dores lombares. Por outro lado, estimula os rins e combate a irregularidade da função intestinal, em função da massagem sobre os órgãos internos da cavidade abdominal. A nível energético, estimula o sistema nervoso central. Acresce, também, a acção sobre a região renal e supra renais.
O desenvolvimento deste ásana tem as seguintes etapas:
* Deite-se de barriga, coloque as mãos ao nível da testa (mantendo o queixo sobre o tapete os cotovelos colados ao solo e encostados ao corpo). Então...
* ... inspire profundamente (pelo nariz), faça uma pausa (mantendo o ar nos pulmões) e, expirando devagar, levante o tronco devagar até ficar apoiado sobre os cotovelos. Depois ...
* ... deixe-se ficar numa atitude abandonada, respirando pausadamente e, a cada expiração, deixe cair a cintura, sentindo o abdómen descer para o tapete. E, após três ciclos respiratórios...
* ... inspire profundamente e, expirando, desça o tronco, baixando os braços e adoptando a postura inicial. Relaxe o tempo bastante e repita.
Dose : 3 vezes.
Nota - Como em todos os exercícios (ásanas), o "segredo" desta postura reside na concentração durante todo o desenvolvimento, para que a respiração obedeça ao ciclo de uma respiração natural e completa (inspiração-pausa-expiração-pausa) e que o exercício se cumpra a par dele.
Chama-se a atenção para o facto de que a fotografia (que ilustra esta técnica) mostra a terceira variante da COBRA que se efectua com os braços estendidos.
Chama-se a atenção para o facto de que a fotografia (que ilustra esta técnica) mostra a terceira variante da COBRA que se efectua com os braços estendidos.
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