CANOA
O corpo físico, exteriormente, dá a impressão de ser uma máquina "lisa", mas essa visão esconde a complexidade interna. Na verdade, a nossa dimensão corpórea é composta por níveis diferenciados de elementos, uns mais sólidos, outros mais fluidos, mas todos harmonicamente interligados. Quando diminui ou se rompe esse equilíbrio, algo acontece. Umas vezes a deficiência surge invisível e sorrateira; outras apresenta-se de um modo brusco e agressivo. Mas, em todas as manifestações, a causa teve o seu tempo de instalação que, progressivamente, se apresentará com um efeito desagradável e que designamos por "doença".
O corpo físico é, igualmente, uma ferramenta e, como todas as ferramentas, tem necessidade de trabalho e cuidados mínimos. Um instrumento sem uso acaba por enferrujar. Um instrumento sem manutenção, termina improdutivo.
No nosso tempo, amante de aparências, preocupámo-nos com o exterior. Desde que ele esteja apresentável, tanto basta. Daí o recurso sazonal às ofertas da moda. E se o resultado não for rápido, e conforme as nossas expectativas, perguntamos: porque não a ingestão de produtos que garantem a ilusão da desejada brevidade?
E, no entanto, todos possuímos o espaço, o tempo e os instrumentos necessários para a manutenção regrada da "máquina" que nos transporta pelos caminhos da vida. Mas, primeiro que tudo, teremos de acordar para a possibilidade de não precisar de mais nada que o conhecimento e a vontade.
Sistema esquelético, muscular, tendinoso, circulatório, respiratório, nervoso, glandular... tudo se interliga. É deste conhecimento que temos de partir para a tarefa preciosa de tonificar, activar, fortalecer. E realizar esta tarefa pessoal e intransmissível com atenta atenção, isto é, sabendo o que se faz e porque se faz este ou aquele gesto. Afinal, quem aprende não é o corpo, mas a mente, não será assim?
Então, o mais simples exercício torna-se uma espécie de "meditação" que liga todas as funções do nosso ser; que nos torna um ser único, porque consciente; que nos motiva a auto-estima; que permite termos consciência da importância da nossa própria valorização.
Na extensa panóplia de ásanas do Yoga, escolhemos, hoje, a CANOA, um exercício extraordinário que alia a potência do alongamento, profundo e generalizado, à activação de um sem número de órgãos, glândulas endócrinas, chakras e "cabos" sustentadores do sistema esquelético.
Este potente instrumento de verticalização realiza-se deste modo:
* Deite-se de barriga para baixo, apoie o queixo no tapete e estenda os braços para diante. Sinta o corpo pousado sobre o tapete, num relaxamento consciente. Então...
*... inspire profundamente (sempre pelo nariz) e, entrelaçando os dedos das mãos, estique levemente os braços e enrije as pernas. A seguir...
*... expirando, estique firmemente, sentindo a firmeza corporal. Depois...
*... expirando, estique firmemente, sentindo a firmeza corporal. Depois...
*... inspire, guarde o ar nos pulmões, e procure aumentar o alongamento, tentando elevar os braços e as pernas e ficando em semi-equilíbrio sobre o abdomen. Prolongue a postura, após que...
*... expirando lentamente, afrouxe o alongamento e vá baixando as pernas e os braços, até tocarem o tapete, onde, sem sobressalto nem pressa, afrouxa a firmeza do corpo e relaxa devagar e longamente, respirando à vontade.
Dose: 3 vezes
Nota - É sempre oportuna a prevenção de que se deve realizar o exercício com os olhos fechados. Pela experiência perceberá que a diferença é substancial, pois as sensações serão muito mais próximas e profundas.
Este movimento torna o corpo muito mais firme e deixa uma sensação de tonicidade benfazeja. Basta experimentar. Não force. Deixe que tudo decorra com naturalidade.
Este movimento torna o corpo muito mais firme e deixa uma sensação de tonicidade benfazeja. Basta experimentar. Não force. Deixe que tudo decorra com naturalidade.
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