Prancha Invertida
Sendo criaturas bípedes e, logo, suportando verticalmente o peso da gravidade, a nossa estrutura vai sofrendo o desgaste natural que a passagem do tempo, naturalmente, impõe.
Nem sempre estamos conscientes do "peso" exercido sobre o sistema esquelético, suporte básico de toda a nossa movimentação. Por isso não cuidamos o suficiente das atitudes quotidianas que forçam articulações, músculos e tendões, a um nível que seria minimizado se conhecêssemos bem a sua fragilidade.
Estamos conscientes dos "encaixes" ao nível articulatório? Respeitamos o bastante essas "dobradiças"? Julgamos que não necessitam de apoios fornecidos por tendões saudáveis e músculos tonificados? Supomos que o nosso organismo funciona por partes ou sabemos que há uma interacção entre cada "ferramenta"?
Estas e outras perguntas permitem dar atenção bastante para evitar muitas moléstias que, quando se exibem em dolorosas sensações, já têm uma sedimentação prolongada. É por isso que nunca é demais insistir na necessidade de um preparo quotidiano, em termos de exercitação física e mental, bem como o cuidado necessário para não adoptar posturas erradas para executar as tarefas de todos os dias.
Cientes desta realidade, deixaremos de cair na ilusão de tentar iludir a nossa condição real ao correr para práticas temporárias de exercício, só porque chegou o tempo da exposição pública.
O bom senso nos dirá, então, que alguns minutos diários são bem mais compensadores do que grandes e intensos períodos de trabalho desgastante que, a maior parte das vezes, ao produzirem uma sensação de relaxamento, nos oferecem a exaustão.
Todos pretendemos alcançar um estado de vitalidade. Todos pretendemos sentir uma atmosfera de energia e leveza. Há exercícios que conduzem a essa melhoria de condição física e anímica. E há, também, exercícios singulares que, só por si, funcionam como se fossem um conjunto alargado, tal a profundidade que atingem.
É o caso da "Prancha Invertida" que se realiza do seguinte modo:
* Sente-se sobre um tapete, afaste para trás e coloque as mãos sobre o solo. Lembre-se que os braços e as pernas serão os pilares que suportarão o corpo. Então...
*... inspire profundamente (pelo nariz), retenha a respiração e, expirando, vá elevando o corpo por inteiro, suportado pelos braços e pelos calcanhares (ou, se possível) pela planta dos pés. Sinta a sentir a firmeza geral e fique aí, um pouco, com a respiração suspensa (em vazio). Depois...
*... inspire e force a postura, após o que, expirando devagar, deixe-se amolecer até voltar à posição inicial, onde relaxa e respira à vontade.
Dose: 3 vezes (ou mais)
Nota - Este ásana desenvolve a actividade geral da estrutura, pois exerce uma acção total sobre tendões e massas musculares. Como em todos os outros exercícios, a respiração é essencial para sustentar o movimento corporal. Nunca deve haver movimentos bruscos e descoordenados. A cadência uniforme (desde o início até ao fim) é o segredo do bem estar. Lembre-se que o corpo não aprende, pelo que a mente tem de estar sempre presente, não só propondo, mas actuando. Só assim, cada coreografia, por mais simples que seja, se torna um tempo e um espaço de meditação.
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