quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tonificação peitoral


                   


                                                 
                            Andorinha clássica (Asas fechadas)


     A flacidez muscular é consequência directa da falta de exercitação corporal/física. Estando o homem/bípede sujeito à lei da gravidade é natural que a sua estrutura penda para baixo. O grande erro dos homens do nosso tempo é a ignorância que os leva a carregar-se com fartura de alimentos e fartura de comodidade. Não é por acaso que as crianças "gordas" darão adultos obesos, pois o metabolismo corporal tem de estar pronto para a utilização integral dos alimentos que são a "gasolina" que deve fazer funcionar a máquina e não o despejo que a fará parar.
    Onde há massas gordas haverá tendência descendente. E onde há flacidez haverá maior tendência. 
     Flacidez, pois. E o contraponto, claro. Ou seja, o que é preciso para que sejamos um todo saudável e integrado? Não seremos desmentidos se dissermos que é necessário movimento-consciência-perseverança. Ou seja, exercícios ponderados e sábios; conhecimento para lhes dar qualidade; rotina para recuperar disfunções devidas à preguiça ou negligência.
   Quem não gosta de apresentar um porte erecto e sentir ombros e peito confortavelmente firmes e tonificados? E será uma conquista cheia de espinhosas dificuldades e desconfortos? Claro que não. Aqui entra a "sabedoria", o conhecimento das técnicas e as repetições pacientes, mas agradáveis.
   Um dos ásanas mais excelentes para a tonificação torácica e peitoral é a "Andorinha de asas fechadas". Haverá poucas técnicas corporais em que o "sentir" da acção seja mais palpável. Basta experimentar para percebê-lo. O desenvolvimento corporal, respiratório e mental é o seguinte:


    1º - De pé, com os pés um pouquinho afastados e os braços ao longo do corpo, idealiza a postura e inicia-a com uma profunda inspiração pelo nariz (1º tempo), ao mesmo tempo que abre os braços pela frente, em cruz, até os levar à abertura máxima, ao nível dos ombros, onde fica em suspensão respiratória (2º tempo). Então...
   2º - ... expirando longamente (3º tempo), vai dobrando pela cintura, enquanto os braços (bem esticados) rodam no ombro e se aproximam até entrelaçar os dedos das mãos, afastando-se das costas, tanto quanto possível, e fazendo uma pausa respiratória em vazio (4º tempo), após o que...
   3º - ... inspira profundamente, procurando acentuar o afastamento dos braços e, expirando longamente, ergue o tronco devagar até à atitude inicial, mas continuando a manter o afastamento dos braços e sentindo a tonificação peitoral. Finalmente...
    4º - ... faz uma profundíssima inspiração e, expirando devagar, descontrai os braços e desliga os dedos das mãos, deixando-os cair ao lado do corpo.

Dose: 2 a 3 vezes


Nota: É fundamental cumprir os tempos respiratórios e "sentir" a colocação do gesto. Este ásana tem uma acção excepcional ao nível da tonificação peitoral. É um dos exercícios cuja acção se torna mais rapidamente perceptível.



domingo, 20 de maio de 2012

Ansiedade, técnica respiratória


Técnica AH - FU


    Os medicamentos mais solicitados nas farmácias são os ansiolíticos e o peso mais penoso que transportamos é o "stress". E tal é a familiaridade com estes químicos e com esta indesejada companhia que o vicioso círculo se tornou uma espécie de instituição.
      Mas não haverá outro caminho para podermos encontrar um oásis de tranquilidade onde recuperar as forças e o ânimo para enfrentar as dificuldades da vida. Julgamos que não. Mas há.
     Qual o milagre? É uma simples ferramenta: RESPIRAÇÃO. Pode-se utilizar em qualquer momento, de uma forma consciente e activa, e perceber os seus efeitos imediatos.
      É reconhecido cientificamente que a profundidade e cadência da respiração são reflexo do nosso mundo interior. Irritação, tranquilidade, emoções, pensamentos, tudo se reflecte na respiração. A cada estado de alma corresponde um certo tipo de respiração, ora mais leve, ora mais profunda, ora mais rápida, ora mais espaçada. Pode dizer-se que a respiração é o combustível que mantém a estrutura (física e psíquica) em ordem. Ela leva, ao nível da célula, o que o ser necessita. Sem respiração (ainda que por poucos minutos) todas as funções vitais se apagam. Basta esta imagem para entender que a respiração é o centro da vida e que precisamos de "ventilar" a nossa casa interna como arejamos a moradia de pedra, abrindo as janelas para que seja inundada de bons eflúvios.

* Procure um lugar calmo (mais tarde este requisito deixa de ter importância), sente-se de forma correcta, de forma a não sentir incomodidade, feche os olhos e concentre-se em si mesmo, dando sentido à tarefa que vai realizar.
* Sentindo a respiração, sentindo o corpo, tendo consciência do seu todo, imagine uma vela acesa, diante de si, a um palmo do rosto (não se preocupe se a imagem se desvanecer por instantes ou for pouco definida. O que importa é a tentativa de visualização);
* … então, consciente de si, imaginando a vela acesa com a pequena chama tremulando, inspire com a garganta bem aberta (humedecida antecipadamente) e produzindo o som aspirado “AH”, o que propicia um hausto profundo e tonificante, depois...
* … deixe que o “ar” inspirado fique lá dentro, uns segundos, até que, “destravando” deixe-o sair (com os lábios no modo de assobio e sem forçar) numa longa e integral expiração, visualizando sempre a chamazinha da vela que se dobra, mas não se apaga, pois o sopro é leve e cuidadoso (sinta o esvaziamento e a sensação de relaxe, alívio e descompressão).
* Torne a humedecer a garganta, a inspirar (“Aaaahhh”), a reter, a expirar (“Fffuuuu”), visualizando a chama da vela, sentindo a progressiva estabilização, a tranquilidade, a paz. 

Dose: 3 a 5 minutos

Nota - Não se importe se a mente “fugir” momentaneamente. Ela voltará. Mantenha-se sereno. Nunca force a respiração. Não a perca de "vista". Não seja preguiçoso na profundidade do ciclo respiratório (mas não exagere). Aproveite esta técnica espantosamente sedativa.

domingo, 13 de maio de 2012

Activação da coluna



Torção Espinhal (Vakrásana)


Onde se localiza a maior parte das "dores"? Por experiência própria ou informação alheia, sabemos que as incomodidades dolorosas e limitadoras se instalam nas costas, seja a nível da coluna (cervicais e sacro-lombar) ou nas cordas de suporte (músculos e tendões) e que, mutuamente, se influenciam.
É comum aceitar a mensagem de que podemos vitalizar o nosso corpo com ocasionais idas ao ginásio ou com a ingestão de produtos milagrosos. Mas é evidente que nada se consegue sem perseverança e trabalho. Nada é oferecido de graça. Nada é obtido sem dedicação.
A nossa estrutura tem duas secções de suporte, ao nível esquelético (coluna vertebral e pernas) e que necessitam da ajuda das massas musculares e tendinosas para aguentarem o peso e o esforço. Sedentarismo ou más posturas levam ao enfraquecimento geral e, como o esforço e o peso permanecem, é óbvio que a estrutura sofrerá. É nessa altura que lança o seu aviso de alarme em forma de dor.
Ora, esse "trabalho" de prevenção e recuperação só é possível se for praticado em termos pessoais, isto é, sem a obrigação de acompanhar a cadência dos companheiros. Isto é perfeitamente compreensível.
Um excelente exercício para tonificar as costas (coluna e massas sustentadoras da sua mobilidade) é a "Torção Espinhal" indicada na foto (nível médio) e que se exercita assim:

* Sente-se numa superfície macia, mas firme. Recolha uma perna e passe o pé direito para o lado de fora da perna esquerda. Leve a mão direita ao pé direito, enquanto o braço esquerdo serve de apoio. Endireite a coluna para que ela fique pronta a ser "torcida em parafuso". Então...
* ... inspire profundamente, sustente um pouco e, expirando longamente, comece a torcer com a ajuda do braço, até terminar (ao mesmo tempo) a expiração e o movimento. Aí, sustente a respiração (em vazio), até necessitar de inspirar. Depois...
* ... expirando, destorça devagar e leve o movimento até ao fim. Aí respire à vontade, preparando o gesto seguinte.
* Então, troque o braço, conforme a foto (o que servia de apoio passa para o lado contrário da perna dobrada e o outro passa a ser o de apoio) e, com a mesma técnica respiratória, torça para o outro lado.
* Repita trocando as pernas.

Dose - 3 vezes

Nota - Esta técnica excelente trabalha a coluna baixa, a região renal e faz profunda massagem aos orgãos abdominais. Exercite com atenção, paciência e sem exagero de torção. É preferível torcer pouco, mas torcer harmoniosamente.